Concha y Toro
Quando tentamos imaginar 25.000.000 de garrafas alinhadas, uma ao lado da outra, a primeira coisa que nos vem à cabeça é se essas garrafas em linha conseguem dar a volta ao mundo. Pode ser que sim, e se não conseguem, chegam perto. Este é um cabernet delicioso, fresco, cheio de frutas vermelhas, um pouco de especiarias e também algumas ervas. Dizem que nestes volumes, as pessoas, isso que chamam de "o consumidor", gostam de madeira e doçura. Bem, aqui não há nada disso. E vendem-se 25.000.000 de garrafas todos os anos. Um mar de cabernet.
Um dos exemplos mais claros na cena mundial do vinho que contradiz a ideia de que um tinto, para ser comercialmente bem-sucedido em supermercados, deve ser ou doce ou muito amadeirado ou, no melhor dos casos, ambos. Deste vinho são produzidas cerca de 24.000.000 de garrafas e, para vender toda essa montanha de vinho, não apela nem ao dulçor nem à madeira, apenas às frutas maduras e à textura doce e fluida. Um exemplo de estilo.
A maior vinícola do Chile e da América Latina possui mais de 9.000 hectares de vinhedos nas principais regiões do país, desde Limarí até Maule. Fundada em 1883 pelo político e empresário Melchor Concha y Toro, a empresa iniciou um século depois uma revolução interna sob a liderança da família Guilisasti e do diretor geral, Eduardo Guilisasti. Esse processo, que os levou a liderar o setor, foi focado na modernização da vinícola e, particularmente, na expansão de seus vinhedos e na descoberta dos terroirs adequados para suas diversas linhas, que hoje vão desde o massivo Frontera até ícones como o Don Melchor, sob responsabilidade do enólogo Enrique Tirado. Como diretor técnico do grupo está Marcelo Papa.