Avaliações de Críticos
De acordo com o enólogo Enrique Tirado, que está à frente do Don Melchor desde 1997, esta nova safra se relaciona com a anterior, a brilhante 2021, embora talvez seja um pouco mais suculenta. E acreditamos que ele tem razão. Este ano possui 93% de cabernet sauvignon, 5% de cabernet franc e o restante em percentuais iguais de merlot e petit verdot, tudo do vinhedo Tocornal, com vinhedos mais antigos plantados no final dos anos 70 nesta zona clássica do Maipo Andes. As frutas e as notas herbáceas são exuberantes neste vinho, o aroma é encantador e fresco. Na boca oferece uma acidez vivaz, os sabores de frutas vermelhas maduras envolvem o paladar, os taninos são muito finos e marcantes. Um 2021 mais amplo, menos penetrante em textura, mas igualmente encantador.
A safra 2021, comparada com a de 2020, foi muito mais fresca nesta região de Puente Alto, aos pés dos Andes, no Alto Maipo. Houve chuvas na primavera e em janeiro, que foram muito benéficas para a videira e seu equilíbrio. A média de temperaturas entre janeiro e abril foi de 17,6 graus, enquanto em 2020 foi de 19,5. O corte, como sempre, tem uma base de cabernet sauvignon que chega a 93%, a maior parte de vinhedos antigos plantados no final dos anos 70 e início dos 80. Tem 15 meses de barrica, 68% de carvalho novo. No Descorchados somos fãs da safra 2021 e Don Melchor não nos decepcionou. Tão profundo e complexo quanto 2018 (nossa safra favorita até agora), este novo Melchor mostra seu habitual equilíbrio e fineza, a acidez de um ano mais fresco se projeta também nos sabores frutados, que aqui se mostram suculentos, enquanto ao fundo há tons herbáceos e um toque de flores. Os taninos são sedosos, como de costume. Um Don Melchor para a guarda, embora se não aguentarem esperar, abram-no agora com alguma carne cozida lentamente em caçarola.
