Elaborado sem correções de acidez e apenas com leveduras nativas. Apresenta um aroma de violetas, frutas frescas e uma mineralidade marcante. Na boca, não traz um impacto poderoso, mas sim uma elegante extensão, meio de boca e persistência, mostrando-se equilibrado e de fácil consumo. Seus taninos são gessosos e acariciam o paladar, proporcionando uma experiência sensorial única característica dos melhores Malbecs de Mendoza.
Este é um dos pilares do portfólio da Altos Las Hormigas e vem sendo produzido desde o final dos anos 90, quando a vinícola apostou tudo no malbec. Esta versão, como já se tornou habitual, é um blend baseado em vinhedos próprios de Altamira (80%) e Gualtallary (20%), ambos no Valle de Uco. É uma fotografia precisa, em HD, do malbec andino. Violetas e frutas vermelhas maduras, boca rica naqueles taninos de solos calcários que se sentem como giz, peso leve, mas estrutura firme e tensa. Pela profundidade de sabores, pelo caráter andino, esta é a melhor versão deste vinho que já provamos no Descorchados.
A mistura de Reserve deste ano tem 65% de Altamira, de vinhedos próprios nesta zona pedregosa do Vale do Uco. Os vinhos deste lugar tendem a ser muito mais austeros que os malbecs exuberantes de Gualtallary (os outros 35% deste tinto), e aqui se sente isso na forma de uma deliciosa dicotomia. O aroma é floral, sutilmente frutado, quase etéreo, enquanto o paladar apresenta taninos ferozes, intensos, firmes, penetrantes. Um malbec que reflete com precisão uma safra magnífica como a de 2021 e, ao mesmo tempo, um lugar privilegiado como o Vale do Uco. Um tinto de montanha, em resumo.
Altos Las Hormigas foi uma das primeiras vinícolas a apostar seriamente no malbec, quando ainda não se sabia do tremendo sucesso internacional que teria. A aposta se materializou nos anos 90 com os italianos Alberto Antonini e Attilio Pagli, ambos enólogos, e Antonio Morescalchi, engenheiro, fundadores e parte de uma equipe que hoje se complementa com o especialista em solos Pedro Parra e o empresário Albert Cussen. A empresa continua apostando forte no malbec, aprofundando a origem de seus vinhos, localizados entre os mais estimulantes do cenário local. Às suas 206 hectares iniciais em Luján de Cuyo, onde também está sua vinícola, somaram-se em 2011 outras 50 na região de Altamira, no Vale de Uco.