De videiras plantadas em 2010, no vinhedo Pan de Azúcar, a cerca de 5 quilômetros em linha reta do mar, protegido da influência marinha nas colinas do morro Pan de Azúcar, na zona Atlântica da viticultura uruguaia. Este tem o nervo de uma safra mais fresca, sente-se os taninos mais incisivos, os sabores de frutas maduras acompanhados de uma acidez que espeta a língua. Tem 14 meses de criação em barricas e algumas notas tostadas, mas o que predomina é a fruta e, sobretudo, esse nervo da safra fresca que de certa forma modera o estilo da casa, mais inclinado aos vinhos suculentos. Aqui há um pequeno desvio que no Descorchados adoramos. Um tannat filho do Atlântico.
Bouza plantou em 2010 meia hectare de chardonnay aos pés do Cerro Pan de Azúcar, uma pequena encosta que dá as costas para o mar, distante cerca de 7 quilômetros. Esta versão, a que mais gostamos, vem de um ano muito quente e seco no Uruguai. E isso se sente no tipo de sabores maduros que possui, na sensação cremosa e suculenta. Na boca, este vinho dá a sensação de ter pêssegos com creme, tão untuoso que é. Um vinho para pensar em lulas empanadas.
As chuvas durante o período de maturação do riesling colocaram a Bouza contra as cordas, e das 1,5 hectares da variedade que a Bouza possui em Pan de Azúcar, obtiveram apenas cerca de 2.300 garrafas, metade de um ano normal. Mas o resultado é delicioso, suculento, com frutas maduras concentradas, com a sensação de acidez sempre presente e a textura oleosa contrastando com essa acidez vibrante. Um riesling feito para ser bebido agora com frutos do mar ou para guardar na adega por 5 anos ou mais, se desejarem.
A família Bouza chegou ao Uruguai desde a Galícia em 1955, estabelecendo-se em Las Piedras, a 20 quilômetros da cidade de Montevidéu, em Canelones. Primeiramente começaram a fazer pão, para então se dedicarem à produção de massas. Em 2002, no entanto, decidiram diversificar e adentrar o mundo do vinho, adquirindo uma antiga vinícola construída em 1942, em Melilla. A primeira colheita foi em 2003.