Reflexos vermelho granada oleosos, com alta intensidade de cor. Lágrimas que caem lentamente e mancham a taça. Apresenta frutas muito maduras, geleia de ameixa preta, figos, ameixas secas e notas de cassis sobre um fundo tostado que lembra chocolate. Entrada amigável, corre rápido e elegante, marcando sua forte presença em harmonia tânica, redondo e equilibrado, com boa persistência e um final longo.
Esta é a melhor versão que já provamos do B6, o Tannat emblemático da Bouza, proveniente de seus vinhedos na super tradicional região de Las Violetas; o marco zero do Tannat no Uruguai. Ali, os solos de argila e calcário historicamente produziram Tannats duros, austeros, quase monásticos. A face que no Descorchados conhecemos quando chegamos pela primeira vez ao país. No entanto, os tempos mudaram, e hoje o Tannat não apenas se transformou graças aos solos graníticos do leste Atlântico do Uruguai, mas também graças a uma abordagem diferente das zonas clássicas. Este vem de Las Violetas, um dos terroirs históricos do país. A enologia aqui e a extração dos sabores e aromas foram tão suaves que este tinto nos lembra um Barolo, guardadas as devidas proporções, claro. Possui taninos finos e firmes, mas o vinho se sente leve, ágil na boca. Os sabores entre florais e frutados. Uma pequena delícia.
A família Bouza chegou ao Uruguai desde a Galícia em 1955, estabelecendo-se em Las Piedras, a 20 quilômetros da cidade de Montevidéu, em Canelones. Primeiramente começaram a fazer pão, para então se dedicarem à produção de massas. Em 2002, no entanto, decidiram diversificar e adentrar o mundo do vinho, adquirindo uma antiga vinícola construída em 1942, em Melilla. A primeira colheita foi em 2003.