Pays d'Oc

IGP Pays d'Oc: O Tesouro Vinícola do Sul da França

A região Pays d'Oc abrange todos os vinhos que não são produzidos sob as rigorosas leis que regem as denominações de nível AOC nas regiões vizinhas, como Corbières, Minervois e a própria denominação Languedoc.

A IGP Pays d'Oc é possivelmente a mais importante da França, produzindo a maioria dos vinhos IGP do país. Cinco departamentos distintos fazem parte desta IGP (Hérault, Aude, Gard, Pyrénées-Orientales e seis comunas no sul de Lozère), sendo delimitada por fronteiras administrativas em vez de geográficas.

Cerca de 115.000 hectares de vinhedos estão sob a classificação IGP (pouco menos da metade de toda a superfície vitícola do Languedoc-Roussillon), compreendendo 200 cooperativas e 1.200 produtores privados.

Terroir e Características

A denominação abrange uma variedade de terrenos, desde as cadeias montanhosas meridionais do Maciço Central até as planícies costeiras cortadas por rios da Camargue. Os vinhedos disputam espaço na paisagem repleta de garrigue (vegetação arbustiva típica mediterrânea).

A região Pays d'Oc possui um clima mediterrâneo com verões quentes e secos e invernos amenos. A maior parte da precipitação concentra-se na primavera e no outono.

Ventos continentais secos do noroeste trazem influências refrescantes para os vinhedos, além de reduzir a pressão de doenças. Isso é intercalado com ventos quentes do sul que podem trazer chuvas necessárias.

A variação do terroir nesta região é vasta, refletida na diversidade das denominações AOC que produzem desde vinhos brancos secos, como em Picpoul de Pinet, até vinhos tintos fortificados intensos como Banyuls. O mesmo vale para os estilos de vinho produzidos sob a IGP Pays d'Oc, que possui uma longa lista de variedades de uvas permitidas.

Variedades de Uvas e Estilo de Vinho

Variedades mediterrâneas como Grenache e Cinsaut dividem espaço nos vinhedos com variedades francesas mais famosas como Cabernet Sauvignon, Merlot e Chardonnay. A maioria dos vinhos Pays d'Oc é rotulada por variedade, uma tendência do Novo Mundo que foi incorporada em muitas leis de IGP. No total, 63 variedades diferentes são permitidas na IGP.

A região também está testando outras variedades resistentes a doenças, incluindo Cabernet Cortis (um híbrido de Cabernet Sauvignon e Solaris desenvolvido no centro de pesquisa de Freiburg no início dos anos 1980), Cabernet Blanc (um híbrido suíço desenvolvido por Valentin Blatter no início dos anos 90) e Soreli, um híbrido branco recente.

Devido à alta qualidade do terroir e às leis restritivas da AOC – particularmente aquelas relacionadas às variedades de uvas permitidas – muitos dos melhores (e mais famosos) vinhos produzidos na região Languedoc-Roussillon são rotulados como IGP. Vinhos como o Mas de Daumas Gassac, à base de Cabernet Sauvignon, e o portfólio Domaine de la Grange comandam preços elevados e são amplamente procurados – qualidades geralmente não associadas aos vinhos IGP.

Os rendimentos máximos são fixados em 90hL/ha (9.000L por hectare) para vinhos tintos e brancos, e 100hL/ha (10.000L por hectare) para rosés.

História e Inovação

A história vitícola da região remonta aos tempos romanos, mas a área também é conhecida por sua abordagem progressista na produção de vinho. O método Charmat de produção de espumantes foi desenvolvido por Jean-Eugène Charmat em Montpelier no início dos anos 1900 e, como mencionado, muitos produtores adotam uma abordagem do Novo Mundo para produção e marketing. Alguns domínios chegam a trazer enólogos da Austrália e Nova Zelândia.

Os vinhos IGP Pays d'Oc eram anteriormente rotulados como Vin de Pays d'Oc (estabelecido em 1987), embora desde 2009, a categoria VDP tenha sido gradualmente eliminada das leis vinícolas francesas. Foi substituída pela Indication Géographique Protégée, uma categoria criada como parte de uma convenção padronizada de rotulagem de vinhos na União Europeia.