Como Produzir Cachos De Uva Com Qualidade Através Da Técnica De Raleio De Cacho

Lembra daquele ditado que compramos frutas com os olhos? De acordo com uma pesquisa realizada em 2017 pelo Patterns LLC and Beacon Research Solution, aparência da uva interfere 83% na decisão de compra do consumidor. A aparência da fruta é influenciada pelo tamanho da baga, formato, cor e a compactação do cacho. Em algumas regiões produtoras de uva de mesa, produzir cachos de uvas de alta qualidade e com boa aparência são os maiores objetivos de muitos produtores e profissionais envolvidos na produção. 

O fruto da videira é formado por bagas que compõem o cacho, sendo classificados pela compactação:

 1) muito soltos (muitos pedicelos visíveis); 3) soltos (alguns pedicelos visíveis); 5) intermediários (bagas separadas, bem distribuídas e pedicelos não visíveis); 7) compactos (bagas unidas) ; 9) muito compactos (bagas totalmente unidas). 

Figure 1: Classificação da compactação de cachos de uva baseado no O.I.V. 2004 descrito (O.I.V. 2001) e adaptado por Albuquerque, (1999).

A descompactação de cachos pode ser modificada através de fatores genéticos e/ou tratos culturais. Nesse artigo irei descrever tudo que você precisa saber sobre a atividade de raleio, ou como descompactar cachos de uva.

Quais fatores influenciam a compactação de cachos?

A compactação ou número de bagas por cacho é um fator genético, sendo esta característica muito influenciada por fatores ambientais (água, clima, nutrição, vigor da planta e manejo cultural). Assim, algumas variedades produzem cachos soltos naturalmente, enquanto que, outras variedades requerem um “help” (ajuda) extra. A descompactação de cachos pode ser realizada de duas formas: o raleio químico com ácido giberélico (GA3) em combinação com manejo adequado de água e nutrientes durante a pré-floração até o pegamento de fruto ou por meio de métodos manuais. O manejo cultural (excesso ou a remoção de folhas) na fase de florada também interferem na compactação dos cachos, mas esse assunto discutiremos em outro artigo.

O raleio de bagas é a atividade que reduz a compactação de cachos. O raleio é um processo simples no qual se retira o excesso de bagas presentes no cacho, promovendo um melhor desenvolvimento das bagas remanescentes devido a redução da competição por espaço e nutrientes. Os tipos de raleio mais utilizados são:

  • Raleio de bagas com as mãos – conhecido como ‘ dedo ou dedinho’
  • Tesoura (desbaste de bagas)
  • Despenca 

 Independente do tipo de raleio a ser realizada na área, o alvo dessa atividade é buscar um balanço na relação fonte-dreno na planta, assim como, uma melhor distribuição de bagas, maior crescimento de bagas e um melhor padrão final de qualidade para o consumidor (mercado), isso tudo levando em conta também um melhor custo x resultado para a fazenda.

Por que a compactação de cachos é importante?

A compactação de cachos está se tornando um dos principais alvos na gestão de tratos culturais em fazendas e para o melhoramento genético das uvas de mesa e de vinho. Assim, visando otimizar custos, os novos programas de melhoramento genético vêm buscando desenvolver variedades com cachos mais longos e descompactados naturalmente. 

Na uva de mesa, a atividade de raleio manual representa aproximadamente 30 – 33% do custo de produção, no entanto, esse percentual é influenciado pela cultivar, tipo de raleio (dedo, tesoura ou ‘penca’), habilidade do trabalhador no manuseio da tesoura, e o bônus que pode está atrelado à produtividade. Em uvas de vinho, na grande maioria dos casos, por motivos financeiros não é viável realizar a descompactação de cachos. 

O raleio de baga melhora a qualidade final da fruta, proporcionando melhor uniformização de tamanho de bagas, maturação, coloração e crocância. 

A compactação do cachos aumenta a suscetibilidade a pragas e doenças

A disposição da baga no cacho pode alterar algumas propriedades físicas e fisiológicas, contribuindo para sua maior suscetibilidade a pragas e doenças. Assim, em cachos compactos, as bagas estão mais próxima uma da outra, restringindo o desenvolvimento da cutícula protetora da cera (pruína) e enfraquecendo sua função de barreira do patógeno e a defesa contra organismos indutores de podridão (Herzog, et al., 2015). A compacidade de cachos é um dos principais fatores que afetam a epidemiologia de Botrytis cinerea. Assim como, a podridão azeda que é causada por um grupo de fungos.

Imagem de Berry Decay

Figura 2: A compactação de cachos de videira como uma das principais razões para a suscetibilidade de videiras a B. cinerea. Cachos compactos da cultivar ‘Riesling’ (a); mostrando regiões onde as bagas são muito densas (b); e freqüentemente o crescimento de B. cinerea começa nessas regiões como resultado de bagas danificadas (c). Imagem: Tello, 2018.

Em condições de molhamento ou longos períodos de alta umidade do ar, as bagas que estão na região mais interna do cacho de cachos compactados tendem a concentrar vapor de água, aumentando o índice de rachaduras de bagas e consequentemente mais podridões dos cachos, pois o líquido ou suco escorrido pelas bagas rachadas servem como fonte de nutriente para o desenvolvimento de diversos fungos. Cachos soltos (com melhor aeração de bagas) e a exposição de bagas ao sol pode ser uma alternativa para reduzir podridões pois as bagas tendem a ser mais resistentes a podridões (Jeandet et al. 1991).

Além disso, a eficiência de pulverização contra podridões ou doenças é menor em cachos compactos.  Assim, a incidência de podridões, independente da origem, causam grandes perdas para a indústria da uva e do vinho pela redução direta de rendimento e qualidade. Uvas com altas incidências de podridões apresentam péssima pós-colheita. Em um artigo anterior, eu escrevi como você pode identificar podridão em cachos de uva em sua fazenda.

A compactação dos cachos influência na maturação e qualidade da fruta

A desuniformização de radiação solar nos cachos de uva afeta o amadurecimento e a composição, ou seja, o sabor da fruta. Cachos mais compactados reduzem a exposição uniforme de bagas à luz solar. Assim, o  amadurecimento e composição de lados dos cachos e bagas que estão sombreados são afetados (Pieri et al. 2016). Em cachos compactos, a heterogeneidade entre bagas aumenta devido à falta de radiação solar em bagas que estão apertadas dentro do cacho, afetando a composição de compostos fenólicos, ácidos orgânicos, pH do suco, a variação de açúcar e a síntese de taninos, estilbenos, terpenos, carotenóides e metoxipirazinas. Parte dos efeitos da radiação solar é causada pela radiação UV, estimulando diversas rotas metabólicas, resultando na síntese e acúmulo de metabólitos secundários na pele e na polpa de frutos maduros.

A temperatura interna da fruta também é influenciada pela compactação, sendo que bagas individuais aquecem mais em compactação, do que em cachos soltos, este fator pode estar associado com a aeração ineficiente em cachos compactados, que também afeta na baixa taxa de metabolismo.

Por fim, cachos mais compactados apresentam maior dificuldade de completar a coloração de bagas porque a síntese de antocianina é afetada. Por outro lado, cachos expostos à luz solar e soltos tendem a produzir mais antocianinas, apresentar coloração completa e melhor maturação.

Tipos manuais de descompactação de cachos:

Raleio de bagas com as mãos – ‘dedinho’

O raleio de dedinho é uma excelente opção para incrementar o desenvolvimento de baga, já que se retira o excesso de bagas muito cedo, reduzindo a concorrência no cacho e favorecendo o crescimento das bagas remanescentes. No entanto, essa prática, raleio de ‘dedinho’,  requer um bom acompanhamento para minimizar a quebra de ‘penca’ que pode ocorrer durante esta operação devido a diversas condições,  como: variedade, fase fenológica ou estágio da planta, vigor e manejo.

Em algumas variedades, o raleio de ‘dedinho’ não é suficiente para ajustar o número de bagas por cacho no ciclo, neste caso, faz-se um raleio de tesoura próximo aos 56 dias para corrigir alguns cachos que continuaram com excesso de bagas. O raleio de ‘dedinho’ deve ser realizado após a fertilização da baga, quando as bagas estão com no máximo 4 mm de diâmetro. A realização dessa atividade em fase muito tardia pode ocasionar quebra de ‘pencas’ do cacho pois o ráquis(engaço) está mais firme dificultando a retirada das partes do cacho.

Figura 3A: Raleio de ‘dedo ou dedinho’ realizado na variedade Scarlotta Seedless® aos 56 dias após a poda. Fotos: Fábio Gomes

Aprenda no vídeo abaixo como fazer o raleio de ‘dedinho’

Raleio de tesoura

O raleio de tesoura permite trabalhar melhor o cacho, possibilitando “desenhar” o formato final do cacho que buscamos. No entanto, essa atividade tem um custo de operação mais elevado devido ao tempo de execução. Além disso, o trabalhador ao realizar raleio de tesoura precisa ser mais cauteloso para não perfurar as bagas enquanto está trabalhando no cacho.  Raleio de tesoura pode ser realizado após a fertilização da baga, quando as bagas estão com aproximadamente 5 – 7 mm de diâmetro (estágio de ervilha). 

Figura 3B: Raleio de tesoura realizado na variedade Scarlotta Seedless® aos 56 dias após a poda. Fotos: Fábio Gomes

Aprenda no vídeo abaixo como fazer o raleio de tesoura

Raleio de ‘penca’ ou ‘despenca’

O raleio de ‘penca’ ou despenca é um método de raleio simples e rápido que consiste na remoção de partes dos cachos (ráquis). Esse tipo de raleio é muito utilizado em vários regiões produtores de uva de mesa com alto padrão de qualidade, por exemplo: no Vale do São Francisco, Peru, Chile, México, e no USA (apenas em algumas variedades). Essa atividade pode ser realizada de duas formas: 1) retira-se “pencas” alternadas no cacho (Figura 1). 2) retira-se três ou quatros pencas abaixo dos “ombros” superiores (Figura 2).  

A principal vantagem dessa atividade é o rendimento (finalização de mais cachos em menos tempo) e consequentemente, menor custo com mão de obra quando comparada com outros tipos de raleio. Após a finalização da despenca, cada cacho permanece com 80 – 100 bagas (LEÃO, 2010). No entanto, esse número depende da variedade cultivada e do sistema de manejo da fazenda.

A Despenca é uma operação com um bom rendimento e bom custo operacional, mas é necessário um acompanhamento muito eficiente na qualidade, pois ao retirarmos a ‘penca’ errada podemos perder o formato e o padrão de qualidade esperado.

Figura 3C: Raleio de ‘penca ou despenca’ realizado na variedade Scarlotta Seedless® aos 56 dias após a poda. Fotos: Fábio Gomes

Aprenda no vídeo abaixo como fazer o raleio de penca

Qual tempo necessário para ralear um cacho?

Em termos de eficiência de execução, em regiões em que o raleio vem sendo praticado por longo tempo, o rendimento é maior. No VSF, o tempo médio para ralear um cacho de uva varia de 0.2 – 2 minutos (Torres;Pinheiro, 2010). Vale ressaltar que, esse tempo está diretamente associado com a cultivar, ou seja, cultivar que produz cachos compactados (ex: Thompson Seedless), o tempo gasto para finalizar um cacho é muito maior do que uma cultivar de cachos soltos (ex: Sugar Crisp). 

 O tempo gasto também depende do tamanho de bagas. Assim, bagas que estão 11 – 15 mm necessitam de aproximadamente 20% de tempo para fazer a despenca em um cacho (Borges et al., 2015).

Figura 4: Estimativa do tempo gasto para o raleio de bagas da uva ‘BRS Vitória’.

Planejando o raleio de cachos

Após a fertilização ou ‘pegamento’ de frutos ou após seleção de cachos, você deve fazer uma amostragem da área para verificar o número de bagas por cachos. Com esses dados em mão, você deve planejar o raleio de bagas baseado nos critérios na tabela abaixo 1:

Tabela 1: Número de bagas mais utilizado para raleio baseado no peso de baga.

O número de bagas é uma forma de planejar o raleio de bagas. O número de bagas por m2 ou bagas/cm linear também são opções utilizadas como parâmetro na execução do raleio. Esse parâmetro, nº de bagas/mou  bagas/cm linear, vêm sendo utilizados por algumas fazendas no Vale. Com essas metodologias, é possível adaptar a densidade de cachos por planta. Densidade refere-se ao manejo de raleio baseado na características da variedade, mercado/embalagem, mão de obra e manejo da propriedade. Utilizando densidade de cacho, é possível trabalhar com mais cachos curtos (poucas bagas por cacho) na planta, ou reduzir o número de cachos por planta (cachos mais longos e com mais bagas), mas é importante estabelecer um ‘teto limite’ para não sobrecarregar demais as plantas seja com excesso de cachos e/ou bagas.

Aprenda a seguir como realizar o cálculo de densidade de cachos e bagas, para isso vamos utilizar dados ficticios como exemplo: 

Informações necessárias:

  1. Espaçamento da área: 3,5 x 2,5 m
  2. Área de uma planta: 3,5 x 2,5 = 8,75 m²
  3. Peso de baga da variedade: 5 gramas
  4. Produtividade desejada: 25 ton/ha
  5. Número de plantas/hectares(ha): 10.000 m²/ 8,75 m² = 1142 plantas/ha

1. O primeiro passo é encontrar o número de bagas  que atende a produtividade desejada:

25000 kg/ha (produtividade) ÷ 0,005 kg (peso da baga em kg) = 5.000.000 bagas/ha

2. Considerando o espaçamento de 8,75 m² por planta, 1142 plantas/ha; 

Então dividindo as 5.000.000 bagas por 1142 plantas, encontramos que devemos ter 4380 bagas/planta aproximadamente;

3. Em seguida é somente definir a densidade por metro quadrado:

                                 1 planta ————– 4380 bagas

                                 1 planta ————– 8,75 m²

              4380 bagas ÷ 8,75 m² = 500 bagas/m²

Significa que para essa condição do exemplo, ao definir o teto de 500 bagas/m² estaremos projetando a uma produtividade final de 25 ton/ha. Utilizando o exemplo que fizemos, você pode fazer esses mesmos cálculos para determinar o número de cachos/planta que atende a produção desejada, além disso, você pode simular a densidades de cachos por variedades com diferentes pesos de cachos e de bagas.

Essa definição de um teto ou limite é importante, pois como mencionado anteriormente, evita que haja excesso de carga nas plantas e com isso redução da qualidade  final da fruta. Além disso, você pode usar esse parâmetro para verificar se o raleio está adequado, com o número de bagas que realmente é necessário para alcançar boas produções, permitindo inclusive uma melhor fiscalização da qualidade do raleio no campo.

Quando realizar o raleio de bagas?

Dedinho: na semana de 35, bagas com tamanho > 4mm.

Despenca: na semana de 42 dias após a poda, bagas com tamanho de 5 – 7mm

Tesoura: na semana de 42 dias após a poda, bagas com tamanho de 5 – 7mm

Em todas as três opções algumas variáveis podem acelerar ou antecipar essa fase (variedade, vigor, estado nutricional da planta e clima)

Critérios para avaliar a qualidade da atividade

  • Qualificação do trabalhador
  • Histórico da peso de cacho por variedade. Caso não tenha essa informação, veja a tabela 2 como referência.
  • Tamanho de cachos. Cachos pequenos requerem mais tempo para finalizar essa atividade
  • Número de cachos antes e após a atividade

De olho nos resultados de pesquisa: Despenca de bagas na variedade ‘Brs Vitória’ 

Este trabalho foi conduzido pelo mestre em Fitotecnia, Wellington Borges para avaliar o efeito de raleio na variedade ‘BRS Vitória’ enxertada em ‘IAC 766 Campinas’ por duas safras (2015 e 2016) no município de Marialva, Paraná, Brazil . O delineamento experimental utilizado foi o de blocos casualizados, seis tratamentos e com quatro repetições, sendo cada parcela composta por duas videiras. Os tratamentos de despenca foram realizados quando as bagas tinham: 1) 3 – 6, 2) 7 – 10, 3) 11 – 15 4)16 – 18 mm de diâmetro. A despenca  foi realizada conforme o esquema abaixo.

Figura 5: Esquema de raleio desenvolvido por Mashima et at., 2015 e utilizado no trabalho Welington Borges para atividade de despenca. Os traços em vermelhos representam o rachis ou ‘penca’ que foram retiradas do cacho.

Baseado em análises estatísticas os pesquisadores concluíram que o raleio de bagas quando as de ‘BRS Vitória’ têm entre 7 e 18 mm de diâmetro é eficiente para reduzir a compactação do cacho, pois resulta em cachos mais soltos e com melhor qualidade. Além disso, nessa fase o rendimento da atividade é mais alto do que quando as bagas apresentam tamanhos superiores a >15 mm de diâmetro. 

Figura 6: Cachos da uva ‘BRS Vitória’ submetidos a diferentes tratamentos de raleio.

Qual a melhor tipo de raleio para a videira?

Depende! O ideal é você avaliar qual tipo de raleio é mais adequado para a variedade cultivada, levando em consideração o formato dos cachos, o tamanho e peso das bagas, e a disponibilidade de mão de obra. O consultor em viticultura, Fábio Gomes, recomenda o raleio de ‘dedo’ para seus clientes pois esta “é uma operação muito ágil, com alto rendimento e proporciona melhor desenvolvimento do cacho devido à eliminação da concorrência de bagas desde muito cedo”. No entanto, o Fábio ressalta que essa atividade requer bastante cautela na execução, uma vez que a má execução pode comprometer o resultado esperado.

Em variedades em que se tem a opção de realizar as três atividades, recomenda-se realizar o ‘dedinho’ pois essa atividade garante um bom rendimento com baixo custo operacional para o produtor. 

Desponte de cachos

O desponte de cachos é indicado apenas para variedades que naturalmente produzem cachos grandes e soltos. Essa atividade é realizada após a aplicação de giberelina de alongamento de inflorescência quando as bagas estão com 2 – 3 mm de diâmetro, remove-se a uma parte inferior do ráquis de cada cacho. Devemos retirar a parte inferior do cacho pois geralmente essa parte é mais compactada, e as bagas amadurecem mais tarde do que as bagas na parte superior do cacho. O desponte promove o desenvolvimento dos ‘ombros’ do cacho através da eliminação da dominância apical. Assim, o resultado final são cachos menos compactos, mais fáceis de embalar, aumentando o rendimento de embalagem no packhouse. No VSF, os cachos são despontados com 15 – 16 cm, dependo da variedade. No geral, essa atividade é realizada antes do raleio.

Em algumas fazendas na África do Sul, Peru e Chile, produtores utilizam um desponte mais curto em algumas variedades, por exemplo, Sweet Globe, Sweet Jubilee, Sweet Celebration e Red Globe. Assim, elimina-se quase a metade do cacho deixando 5 – 6 ráquis ou ‘pencas’ por cacho.

Figura 7: Esquemama de desponte de cacho proposto por Herrera (2002)

 

Figura 8: Foto da fruta no momento da colheita. Fotos: De Witt Kamfer

Considerações finais:

De modo geral, os três tipos de raleio buscam um melhor padrão de crescimento de bagas, eliminação da concorrência e ganho na qualidade final, além de contribuir de forma muito significante no controle fitossanitário já que promove uma melhor condição para entrada das pulverizações. 

Fun fact: O raleio de cachos é uma atividade “pink”?

Se hoje temos direito a consumir cachos de uvas com alto padrão de qualidade, deveríamos agradecer as inúmeras mulheres que dedicam seu tempo nessa atividade. Curiosamente, na atividade de raleio, “não existem trabalhadores do sexo masculino sob o argumento de que as mulheres são mais criteriosas durante a seleção das bagas” (Santos, 2014). 

Reconhecimento:

Nós do Vittis agradecemos a colaboração do Fábio Gomes (Brs Consultória) e Ugo Rodrigues na elaboração deste artigo. A participação de vocês foram indispensáveis na construção desse belíssimo artigo.

Caso você tenha interesse em desenvolver artigo conosco, mande um email atraves dessa página.

Referências:

Borges, W. S. Descompactação dos cachos da uva sem semente ‘Brs Vitória’. 2015. 47p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2014.

Herzog, K., Wind, R., & Töpfer, R. (2015). Impedance of the grape berry cuticle as a novel phenotypic trait to estimate resistance to Botrytis cinerea. Sensors, 15(6), 12498-12512.

Jeandet, P., Bessis, R., & Gautheron, B. (1991). The production of resveratrol (3, 5, 4′-trihydroxystilbene) by grape berries in different developmental stages. American Journal of Enology and Viticulture, 42(1), 41-46.

LEÃO, P.C.S. Cultivo da videira: manejo de cachos e reguladores de crescimento. Versão eletrônica 2010. Disponível em /manejo_cachos.html> Acesso em: 17 ago. 2015.

Mashima, C. H. Descompactação dos cachos por meio de raleio de bagas da uva fina de mesa ‘Black Star’. 2014. 47 p. Dissertação (Mestrado em Agronomia) – Universidade Estadual de Londrina, Londrina, 2014.

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